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Os Jovens adultos, os menores e a idade legal para apostar

A política de jogo responsável assenta frequentemente na proibição e fiscalização de jogo aos menores de 18 anos, e muito bem. Sabemos que é uma população de risco por inúmeras razões; pressão de pares, vulnerabilidade à publicidade, imaturidade, rebeldia, mas sobretudo devido à função mental superior “controlo dos impulsos” que só está finalizada no cérebro ao longo de vários anos após os 18…. Adriana Campos, mestre em psicologia escolar refere “Quando falamos no desenvolvimento cerebral dos adolescentes, é importante também falar na zona pré-frontal. Esta região, cujo amadurecimento só termina por volta dos 30 anos, é aquela em que se processa o controlo mais racional de impulsos, a flexibilidade mental, a motivação e as tomadas de decisão. Como esta área ainda não está amadurecida, a procura de excitação e novidades ganha terreno em detrimento da ponderação e controlo dos impulsos.”

Contradições americanas…

Nos EUA a idade legal para poder beber álcool é de 21 anos, para poder jogar a dinheiro alterna entre os 18 e os 21 e para comprar algumas armas é de 18 anos…

Um problema chamado maturidade

Queremos chamar a atenção para o problema de não ser apenas o facto de ter “oficialmente” 18 primaveras que irá dar a maturidade necessária aos jovens para poderem apostar responsavelmente. O importante é todos terem uma atitude concertada na preparação, informação, prevenção e proteção (SICAD, SRIJ, instituições públicas e privadas como o IAJ ou as câmaras municipais, indústria do jogo, universidades e investigadores, etc.).

Estas considerações vêm a propósito do estudo “Comportamentos aditivos aos 18 anos” que o SICAD aplicou no ano passado a 86 mil jovens no dia de defesa nacional e que reporta os dados seguintes: 58% dos jovens joga online e 17% apostam a dinheiro (apostas). São sobretudo jovens do género masculino que não passaram do 9º ano e trabalham ou conciliam trabalho com escola. De todos estes apenas 1,9% declarou ter tido problemas financeiros associados à internet.

Muitos destes jovens já terão apostado ilegalmente, e sabemos que este desafio ao proibido fará sempre parte da juventude e que é relativamente difícil de fiscalizar. Interessa promover nas escolas e universidades, nos media, na comunidade em geral, na família o conceito de jogo como atividade recreativa que tem certas características capazes de despoletar comportamentos disruptivos nalgumas pessoas.

Conceptualização, compreensão, conhecimentos dos sinais de problemas de jogo, conhecimento de probabilidades do jogo, identificação e compreensão de comportamentos excessivos e respetivos fatores protetores, autoavaliação, possibilidade de reencaminhamento para acompanhamento profissional, entre outros instrumentos que a prevenção o jogo responsável preconiza devem ser difundidos:  antes, durante e depois da idade legal para jogar a dinheiro.